InterrogatórioPor aí

Interrogando Sayaka Ganz

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Interrogamos a artista japonesa Sayaka Ganz, que nasceu em Yokohama e cresceu entre o Japão, Hong Kong e Brasil. Seu trabalho consiste na reutilização de peças de plástico para a figuração de animais, em todo o seu movimento e suas cores, e a gente mostra tudo isso aqui.[/vc_column_text][vc_column_text]

“Quando eu termino uma escultura, quando estou satisfeita com a peça, eu posso sentir o animal sorrindo para mim. É muito emocionante quando isso acontece.”

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  • Como, onde, quando e por quê.

     

Quando criança, eu amava brincar com puzzles – quebra cabeças, laço de arame, labirinto, e muitos outros puzzles visuais que eu pudesse encontrar. Estudei arte na universidade, e depois de explorar diversas áreas dentro das belas artes, descobri que o processo viciante da assemblage me era bastante natural. Primeiramente isso resultou em esculturas de sucatas de metal soldadas. Mais tarde comecei a reaproveitar objetos de plástico. Eu sempre considero usar outros materiais para uma possível incorporação no meu trabalho. E trabalho melhor com formas preexistentes e objetos. Se você me der um pedaço de argila e pedir para eu fazer o que quiser, fico completamente perdida.

 

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  • Você viveu em diferentes lugares, incluindo o Brasil. Como essas diferentes experiências aparecem no seu trabalho?

 

Isso de me mudar e me adaptar a novos ambientes tantas vezes me deixou muito flexível e confortável com o desconhecido, o que é importante para as minhas esculturas, já que trabalho com objetos achados e recuperados que funcionam como se fossem peças de quebra-cabeças, equivalentes a pinceladas, num processo que é muito espontâneo.

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  • Em seu website você apresenta uma fonte bastante completa de informações sobre o seu trabalho, incluindo biografia, processo e statement. Sendo uma artista, você julga importante trabalhar sobre conceitos bem definidos?

 

Meu website não continha tanta informação. As decisões de compartilhá-las vieram com o tempo, uma declaração de cada vez. Eu recebo muitos pedidos de entrevistas, e tento acomodar o máximo delas possível. Quando noto que algumas questões aparecem de novo e de novo é que decido postar algo no site. Como artista, acho que nós sabemos intuitivamente que o conceito e a mensagem já estão no trabalho que fazemos. No entanto, emitir um manifesto que não esteja completamente alinhado com o que você sente sobre o seu trabalho pode ser prejudicial com o passar do tempo.

 

  • Por que animais? Qual é a relação entre animais, objetos esquecidos e você?

 

Eu tento focar no movimento que associamos a cada animal; por exemplo, o galope do cavalo, a rápida mergulhada do pinguim, o murmúrios dos estorninhos. Eu quero expressar a energia vital da beleza da natureza que é corporificada pelos animais.

 

  • Qual é a sensação de poder dar movimento a objetos descartados e abandonados?

 

Quando eu termino uma escultura, quando estou satisfeita com a peça, eu posso sentir o animal sorrindo para mim. É muito emocionante quando isso acontece.

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  • Como você as nomeia?

 

O processo de nomeá-las geralmente dura dias. Eu gosto de tirar um tempo para nomear cada animal, mas quanto mais eu faço, mais difícil se torna. Eu geralmente escolho uma palavra que parece descrever o seu movimento, que soe e que pareça correto… e procuro no dicionário, na enciclopédia, em inglês, japonês, e de vez em quando até em português.

 

  • O seu trabalho é triste?

 

Minha escultura terminada é sempre muito feliz. Mas os itens de plástico armazenados às vezes são bastante tristes.

 

  • Você vende as suas peças? Se sim, como se sente com isso?

 

Sim, eu vendo meus trabalhos e também recebo comissões para espaços públicos e privados. Alguns deles são bastante grandes e eu não poderia continuar criando se não vendesse uma parte. Não acho que seja uma perda quando algo que faço é vendável. Sinto que sempre terei uma forte conexão com o meu trabalho, não importa para onde vá ou se eu nunca o verei novamente.

 

  • Influências, heróis?

 

Em maio deste ano eu conheci Aurora Robson, uma artista incrível que também usa plástico descartado como material. Passamos várias horas juntas em seu estúdio caseiro, o que me inspirou imensamente.

 

  • Quais são seus projetos futuros?

 

Tenho uma exposição em Taiwan na primavera de 2016, e também estou trabalhando com o curador David Wagner numa possível exposição itinerante entre 2017 e 2020.

 

  • Existe algo que você sempre quis responder e nunca te perguntaram? =)

 

Não, mas você me fez ótimas perguntas que nunca ninguém tinha feito antes!

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http://sayakaganz.com/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Vinicius F. Barth
Doutor em Estudos Literários pela UFPR. Tradutor das Argonáuticas de Apolônio de Rodes. Escritor e ilustrador. Autor do livro de contos 'Razões do agir de um bicho humano', (Confraria do Vento, 2015) e do livro de poemas e ilustrações '92 Receitas Para o Mesmo Molho Vinagrete' (Contravento Editorial, 2019). Ilustrador de Pripyat (Contravento Editorial, 2019). Estudante de saxofone.

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