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Gabriel Faraco entrevista ele mesmo

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Imagem: Erro – Urban Chaos. (2008)

[/vc_column_text][vc_column_text]Conheça três impressionantes poemas que fazem parte de Cachorro, fanzine produzido por Gabriel Faraco, natural de Florianópolis. Sua prosa-poética-furiosa também está na sua introdução e apresentação aos textos, e vale muito a pena conferir.


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“Fogo, ah fogo, me consuma. Olha a cobra, é mentira! Olha a chuva!, é mentira! Acabou a cana… vira a boca pra lá, mundiça! Damas e cavalheiros, estão com o olho vermelho de fumaça e arruaça? Pula fogueira, iá, iá, pula fogueira, iô, iô!

[/vc_column_text][vc_empty_space height=”52px”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Certo. Este foi meu quarto fanzine, Cachorro, com tiragem de 100 exemplares, e reúne algumas poesias minhas que escrevi durante um tempo aí. Eu já fiz outros três: O Grande Livro da Poesia Medíocre, em 2012; Desgraçado Desespero e umdoistrês, em 2013. Poderia chamar de livros, livretos, mas vi que fanzine é um termo que cabe melhor, o tipo de manufatura dele é assim que o faz adequar. Eu também já fiz outros fanzines, menores, com edições variadas, colagens, músicas, e todo tipo de arte ou artesanato.

 

 

O nome Cachorro não vem de lugar nenhum, apenas pensei na imagem do cachorro como uma coisa agradável, diferente. Pense: quando você pensa em cachorro. Achei que seria um nome bom, que condiz com a imagem que eu tenho de um animal sempre presente, muito sociável. Não tem relação com nenhum disco, artista, período, nada. É só um nome que eu achei que seria válido e chamativo.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]As poesias que estão aí foram feitas durante vários períodos de tempo, umas já têm 5 anos e outras foram recentes, inéditas no livro. Foram baseadas em momentos, influências diversas, imagens coloridas e muito diversas, muita tentativa de experimentação, de gostos, texturas, como se fosse um prato de comida. Eu sou formado em gastronomia e pensei que este livro teria um gosto, seria como um prato de comida a ser servido ao leitor para que ele possa saborear o livro, sentir as diferentes correspondências que ele faz, isso eu queria passar, ter essa influência da gastronomia, da coisa dos sentidos e dos sabores. Um prato não envolve apenas o paladar, envolve os outros sentidos também, do olfato ao tato. A poesia, a escrita, o livro eu também queria que tivesse esse poder, de trazer imagens, pensamentos, críticas, de fazer o leitor sentir que ali há um sabor diferente. A escolha e a ordem dos poemas, da fonte a ser usada, do acabamento, de como ele seria fisicamente. Durante a escritura, uma coisa que me ajudou foi ter feito testes do fanzine, imprimir ele e ver como ficaria, ter o poema na mão, aos olhos, tocá-lo, corrigi-lo, declamá-lo, saber sua sonoridade, sua aparência, como seria, como viveria para o leitor, para mim.

 

 

Bruce Lee, Chico Science, David Bowie, Beatles, Diego Maradona, gastronomia, Paulo Leminski, Manuel Bandeira, Ezra Pound, Haroldo e Augusto de Campos, minha mãe, meu pai, meus amigos, a patota do Pasquim, Carlos Drummond de Andrade, Nicolas Flamel, Jorge Ben Jor, fanzines, revista Animal, revista Tarja Preta, televisão, internet, desenhos animados, Herman Hesse, Ernest Hemingway, Marçal Aquino, Lourenço Mutarelli, Dalton Trevisan, Valêncio Xavier, Luiz Ruffato, Hilda Hirst, Olivero Girondo, Oswald de Andrade, Raimundos, Gangrena Gasosa, as religiões, Rosa Maria, Avicena, Bob Marley, Italo Calvino, Stelarc, Jorge Luis Borges, Omar Khayyan, Racionais Mcs, Slipknot, Gregório de Matos, Cruz e Sousa, Franklin Cascaes, Dazaranha, Miguel de Cervantes, Alexander McQueen, Queen, Kyuss, Katsuhiro Otomo, Takashi Miike, Beat Kitano, Kubrick, Tartovsky, James Cameron, Jean Claude Van Damme, Demônios da Garota, Adoniran Barbosa, Lupicinio Rodrigues, Pedro Américo, Victor Meirelles,  Jackson Pollock, Paulo Vanzolini, Brillat Savarin, Paulo Lins, Wilson Bueno, Ana Hatherly, E.H. de Castro e Melo, Enciclopédia Barsa, Dicionário Aurélio, Tia Miriam, as coisas boas e chatas da vida, não necessariamente nessa ordem.

 

 

Eu escrevo de maneiras diversas. Escrevo na aula, no ônibus, em casa, no vaso, no celular, às vezes to escovando os dentes e me vem uma ideia, às vezes vou dormir pensando uma coisa e deixo de anotar e nunca mais lembro, às vezes chapado. Eu ultimamente tenho tomado café pra equilibrar os efeitos, é melhor que remédio. Um te deixa bojado, o outro ativo. Às vezes prefiro fumar antes e beber café depois, às vezes o contrário. Eu acho o contrário melhor. Hoje tomei café antes de escrever esse texto e fumei vendo o jogo. Mas Charles Bukowski e Norman Mailer dizem que maconha não presta pra escrever: o primeiro acha que os maconheiros são uns abobados, o segundo acha que, depois de fumar muita maconha, o resultado da escrita é melhor sem ela. Hunter Thompson também era contra, deve ter mais alguém. Penso que às vezes é ruim, às vezes é bom, nada é preciso, a escrita surge de você, de alguma coisa, Poe diz que ela é matemática, alguém por aí diz que ela é inspiração, eu fico no meio termo, gosto de pensar que a escrita tem que ser uma experiência. Muitas vezes também fico mexendo em poemas publicados ao longo do tempo. Penso que se a Bíblia e as obras de Lope de Vega, Shakespeare, Miguel de Cervantes e muitos outros, foram mexidas ao longo de 500 ou mais anos, por que eu não poderia mexer na minha também mesmo ela já sendo publicada?

 

 

Essa poesia dos mamilos foi uma que fiz inspirado numa pegada hip hop com jazz, como Kendrick Lamar, uma coisa cadenciada, uma letra que faça você correr com os olhos, mas sentir uma sonoridade nela, uma coisa bacana de se ler, moderna. Lembro que tinha feito um pedaço dela, deixado salvo, e sentei na frente do computador. Ela foi postada junto com outra poesia que fiz inspirado na rima de outro rapper. Makalister, aqui de Florianópolis. Eu comecei a mexer nos arquivos e lá estavam as duas. Essa outra poesia eu arrumei mais a pontuação dela, deixei visivelmente bonita, pode ver que ela no meio é meio embolada, tem uma situação, uma parte ali que não se resolve bem como eu queria. Já a dos mamilos, ela estava incompleta. Abri o arquivo e comecei a ver o que se encaixava, pensei na coisa das cidades piranhas, almas tacanhas, na coisa do eu vou fazer você gritar mas não é de susto, do dia das bruxas, transitando do chuveiro, pra cama, no teu travesseiro, meio blues meio jazzy, no stress, e foi indo, se arrumando, a imagem da Vênus de Milo, e a parte final que remete a Álvaro de Campos, a Tabacaria, poema sem comentários, finalizando com um brinde.

 

 

Apocalipse de São João foi inspirado numa festa que um amigo meu deu no quintal da casa dele, que ficava próximo de uma das praias aqui da cidade. O nome veio bem depois, acho que foi quando fui lançar o poema no livro, que me veio, tanto que vendo o post original ele não tem o nome. A velocidade, profusão de imagens, uma vez atrás da outra, cores, sabores, cheiros, situações, sensações, um corre-corre, correria, uma festa de São João – óbvio. Um poema pimenta, vermelho, um poema pra ser como uma ciranda de São João e envolver o leitor, envolver quem o lê.

 

 

 

É São João e São José, Santo Antônio de Lisboa, Santo Amaro da Imperatriz, Angelina Santa Paulina, Santo Anjo do Senhor, Meu Zeloso Guardador e São Paulo, SP. Que Deus te salve e o Diabo me carregue pro norte, sul, sudeste, centro oeste, nordeste e agreste, árido, crato, arre oxe Hare Khrisna Khrisna arre oxe Hare égua!

 

 

 

Implosão é Chico Buarque. Eu não gosto dele como cantor, acho a voz dele enfadonha, mas como letrista ele é impecável, como Caetano Veloso. Implosão porque é o antônimo da Construção. A música canta do homem da construção, do pedreiro, do que ergue, fala bonito dele, de sua família, o filho, a mulher, o cidadão, enquanto o poema, uma cópia mal feita, que seja, fala do homem da construção, mas aquele que implode, o pedreiro, o bruto, o crudo, revoltado com a falta de vida, que bate na mulher e no filho, tosco. A coisa de Satã, Satã te mate, os Ts, o S, de apontar a arma pra cara, o dedo na cara, das vespas amarelas, da trairagem, do pilantra, daquele filho da puta que bate na mulher, bêbado, que derruba, se derruba, fode tudo, que não tá nem ai, Bafo de Onça. O resto tudo foi colocação, sobreposição, cut up, sampler, na música, de puxar imagens, aliterações que dessem um clima de sinfonia, coro, coral, fosse crescendo, crescendo, um balão enchendo, o saco enchendo, cheio de tudo, a câmera lenta, o martelo, a marreta vindo ao encontro da parede, firme, forte, inabalável, até o impacto, até a batida, o derrubar, até se acabar em tudo, cair no chão, esfarelar, explodir, bum, bang, o soco na cara. É de certa forma uma homenagem, mas sei lá, eu não sou muito de escutar Chico Buarque, não me representa alguém que eu goste, aprecie. E, bem lembrado, eu fiz esse poema com uma amiga, a Mariana, isso eu não posso deixar de falar. Ela me ajudou a fazer alguns trechos, não me lembro quais, mas sem ela o poema não seria como é hoje.

 

 

Meu nome é Gabriel Faraco Rogério, às vezes escrevo como Gabriel Faraco, as vezes como Rogério Gabriel. 30 anos, natural de Florianópolis, escrevo pois gosto. Escrevo no Jogador Caro, Gigante Pigmeu, Perdighoto e Coloca Qualquer Coisa.

[/vc_column_text][vc_text_separator title=”♦♦♦” color=”black”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Perante teus mamilos esculturais como os da Vênus de Milo paraliso reflito desvisto tua vergonha e invisto sem parcimônia nessa imensidão que é teu corpo fresh, meio blues, meio jazzy, no stress, meu caro amigo//

 

Delicio-me com o suicídio das borboletas em meu estômago perco o medo de te amar e te amo te amo e te amo deixo de ser um estranho para tuas entranhas e me entranho entre teus cabelos negros como num labirinto fantástico de curvas enigmáticas esquinas galáticas onde em cada uma encontro um suspiro um gemido sexo de sexto sentido//

 

Toco-te toca-me entoco-me em ti refugio-me de toda essa maldita guerra que me assola dia após dia hora após hora guerra maldita guerra dentro de minha cabeça quero que de toda essa merda eu me esqueça e só de ti minha memória prevaleça//

 

Abraça-me com o calor de um sol num claro dia de inverno e assim esquece todo meu corpo desse frio de almas tacanhas que me transtornam na imensidão poluída dessa cidade piranhas devoradoras de bons sentimentos meus pensamentos cada vez mais lentos e lentos a medida que tua calma faz passar todo devastador lamento//

 

Menina de unhas roídas e ansiedade sem limites esperando que transite da cozinha para a sala para o banheiro debaixo do chuveiro ao lado do teu travesseiro perguntando gostosuras ou travessuras não é dia das bruxas mas puxa eu vou fazer você gritar e não vai ser de susto//

 

Enche nossos copos de vinho me ama me beija me odeie me esqueça e brindemos a todos os sonhos do mundo tenho por ti todos os sonhos do mundo não sou nada nunca serei nada não posso querer ser nada pois por ti já sou tudo.

 

 

Xxx

[/vc_column_text][vc_text_separator title=”♦♦♦” color=”black”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]


Apocalipse de São João

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]A festa começa quando tua boca vibrante pimenta cospe chamas por teus rubros lábios. Um batom vermelho que palpita, espasma dormente. Esparrama lenha na fogueira que estala estrala tactac e faz subir o ponto, a temperatura, a labareda laranja tal como a estrela estrangeira. Fervura, teu sexo vibra tal e qual o tambor que bate forte, soca forte, forte e mais forte, pura questão de sorte, pimenta biquinho os biquinhos docinhos de teus seios. Ah! Eu tô maluco! Meu coração, uma bomba, um bumbo; aperto teu botão que liga e irriga a rosa vermelha inchada, duplicada de proporção, redobrada que sugo, molho sugo, me sujo, é tic tac tac tac, vai ter um piripaque de tanto tesão, impulsa, pula e pulsa-pulsa pulsa o cabeçote pinote de cavalo Uh! Tererê! É São João e São José, Santo Antônio de Lisboa, Santo Amaro da Imperatriz, Angelina Santa Paulina, Santo Anjo do Senhor, Meu Zeloso Guardador e São Paulo, SP. Que Deus te salve e o Diabo me carregue pro norte, sul, sudeste, centro-oeste, nordeste e agreste, árido, crato, arre oxê Hare Khrisna Khrisna arre oxê Hare égua! São eles todos e mais um pouco, loucos que acreditam na palavra reza do profeta; veja suas mãos e seus pés, sagrado peito em chamas, que chamas quando o circo pega fogo, socorro-socorro! Fogo, ah fogo, me consuma. Olha a cobra, é mentira! Olha a chuva!, é mentira! Acabou a cana… vira a boca pra lá, mundiça! Damas e cavalheiros, estão com o olho vermelho de fumaça e arruaça? Pula fogueira, iá, iá, pula fogueira, iô, iô! Sou tua puta e quero que me sirvas à mesa, tostada e cozida, a alla putanesca, gostosa, saborosa, tempero, segredo de família primo com a tia, como sempre fui e assim que gosto. Bota a mão aqui, bota, ali, bota, bota, e sente e sente, bota fogo na fogueira pra clarear! Passa do ponto e tosta, doura nesse forno crematório. Tua língua cobra coral na minha boca cascavel do mal. Sacode-sacode, cresce, cresce, enverga, te morde, te engole e leva pro raio que te parta. Fecha a roda, ciranda cirandinha, quadrilha que instiga a intriga, maconha, fecha a roda, roda, gira, pomba gira Maria Padilha caliente española sapatilha levanta poeira que brilha, que brilho, lindo infinito, olha aquilo! Pomba gira gira e roda, roda, roda a roda, apagou, acende, oxê Hare égua! Não baba, desgraça! Bate pé, bate sola, bate mão, bate palma! É roxo, ultravioleta, piruetas, pimenta malagueta na ponta da língua careta que explode em fogos de artifícios e foguetes, rojões, chicotes de fogo e carvões, lenhas, brasas no céu, mirabolantes mandalas inflamadas incessantes incandescentes interessantes dançantes como vaga-lumes pirilampos, arcanjos fogarentos, que sacodem asas e o ajôjo todo, que cantam junto com violas e violões as modinhas da hora caipirinha de vinho pira pora minha piroca – eita!!!, que só tem como testemunha o teu olho azul universo profundo e teu cu; uma cratera no chão na lua, um buraco na rua de terra daqui, longe pra caralho pra chegar, não tinha lugar mais perto pra quem já tá pra lá de Bagdá? Mísseis e torpedos me atingem, vindos de um submarino alemão Steinhäger. Na madruga, me escuta: é quente o pinhão, o cachorro tá quentinho, dormindo na casinha, e o quentão já frio ainda bate; canela, gengibre, noz moscada, cachaça cachaça vinho e mais cachaça, ai assim, vem cá e se encaixa em mim, ai moço! ai moça! cuidado, assim-assim, com os bichinhos do jardim e, ui ui!, com o que lembrará para ser contado pra mim, na manhã seguinte, entre o sol e ressacas, bandeirinhas e chapéus de palha, vômitos e declarações de amor.

 

Xxx

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]


Implosão

[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”1/3″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Roncou daquela vez como se fosse a última
Bateu em sua mulher como se fosse a última
E em cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo largo
Postou-se a demolir como se fosse máximo
E pôs ao quarto andar cinco paredes flácidas
Tijolo por tijolo num destino trágico
Seus olhos emundados de tormento e ódio
Pousou a reclamar como se fosse lógico
Comeu seu pirão como se fosse nobre
Bebeu e perturbou como se fosse tosco
Parou e escarrou como fizesse música
E desabou ao piso como se fosse sóbrio
E flutuou no ar como se faz um louco
E se acabou no chão como papel de bala
E terminou no canto do banheiro imundo
Morreu buscando ajuda e entupindo o vaso.

 

Roncou daquela vez como se fosse a última
Bateu em sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o lógico
E atravessou a rua feito sacola plástica
E pôs-se a demolir como se fosse sólido
Pousou no patamar quatro paredes trágicas
Tijolo por tijolo num desenho esquálido
Seus olhos emundando e entupindo o vaso
Postou-se a reclamar como se fosse o máximo
Comeu seu pirão como se faz um mágico
Bebeu e escarrou como se fosse sábio
Parou e perturbou como se fosse sóbrio
E desabou ao piso como fizesse samba
E flutuou no ar como num feriado
E se acabou no chão feito fosse catarro
E agonizou no meio do banheiro louco
Morreu buscando ajuda esculhambando tudo.

 

Roncou daquela vez como se fosse máquina
Bateu em sua mulher como se fosse nobre
E colocou ao plano quatro paredes trágicas
E pôs-se a xingar como se fosse tórpido
E flutuou no ar como se fosse um mágico
E se acabou ao chão como criança esquálida
Morreu na contramão atrapalhando o mundo.

 

Por essa merda a fazer, por esse chão prá cuspir
E o vacilo sinistro e a vida a nos punir
Por me deixar invejar, por me deixar iludir,
Satã te mate.

 

Pela peteca de pó que a gente entope o nariz
Pela matança e a desgraça que a gente tem que assistir
Pelas paredes imensas que a gente tem que implodir,
Satã te mate.

 

Pelas vadia fuleira pra nóis gozar e sorrir
E pelas vespas macabras a envenenar e ferir
E a palavra final que vem pra nos denegrir,
Satã te mate.

 

[/vc_column_text][vc_empty_space height=”52px”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”6240″ img_size=”full” alignment=”center”][/vc_column][/vc_row]

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2 Comments

  1. Gabriel Faraco não é apena talentoso e esforçado – também é muito gente boa. Parabéns.

  2. Verdadeiro poeta!

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