[vc_row][vc_column][vc_column_text]Guilherme Garcia retorna à coluna R.You!, dessa vez em parceria com Narowe Garcia – que não é seu parente – e eles nos apresentam lambe-lambes poéticos, haicais, intervenções e ilustrações. Tudo com boas pitadas de profecias e goles de cerveja.
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“temos tanto material, com verdadeira imodéstia, que penso sermos capazes de manter isso indo e se construindo, o resto de nossas parcas e porcas vidas…”
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Em um dia não tão belo do ano escorrente, meu amigo e colega das Belas Artes daqui de Belo horizonte, da UFMG, e que, para além disso é um dos meus raros bons e fiéis leitores, sentou-se comigo no nosso diário bandejão, e com seu entusiasmo peculiar aceitou um elogio que dirigi à evolução a olhos vistos de seus desenhos, dentro da técnica e estilo por ele sempre almejados. Acabamos começando por nos propor; desafiamo-nos em verdade, em uma parceria que parecia inusitada… Queria que meus poemas, ou parte deles, se incorporassem às suas ilustrações!
Eu que já vinha – constantemente bêbedo de vinho – altamente interessado em seu trabalho, como aludi, logo ali acima, eu que o conheci quando Narowe acabara de entrar na Escola de Belas Artes, me deslumbrei com a possibilidade de trabalharmos juntos, uma vez que várias vezes pensei que seu traço e estilo tinham muito a ver com o tosco dos/nos meus poemas, ou distopia, ou ainda abjecionismo, como prefiro pensar.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
Passamos a partir de então a nos encontrar no atelier onde ele havia sido selecionado para uma residência artística de um semestre, no meu querido Centro Cultural da UFMG, localizado no baixo e antigo Centro de Belo Horizonte, em um casarão centenário recém reformado, onde eu havia trabalhado de estagiário à curador assistente, onde fiz, e tenho, vários amigos – do atual diretor ao antigo zelador…
Verdade é que, a partir daí bebemos ‘bavárias cervejas’, fumamos algumas coisas e entre um e outro encontro começamos a vislumbrar, a selecionar e a realizar alguns desenhos que se quedavam incrivelmente bem uns com os outros poemas…
A princípio o objetivo era participarmos da exposição: A Obra, que encerraria essa residência artística, e talvez não por coincidência passamos a pensar que tais trabalhos deveriam extrapolar as paredes da galeria e ganhar, ou melhor, se perderem nas ruas…
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São em verdade; e, no total, seis peças, das quais apresentamos aqui agora, apenas três, uma vez que os trabalhos ainda se encontram em processo e pensamos que ainda outros mais hão de vir!?
Fato é que a parceria e harmonia se desencontraram em nossos trabalhos e personas, são grandes, apesar de não sermos parentes, a despeito do sobrenome igual; e, temos tanto material, com verdadeira imodéstia, que penso sermos capazes de manter isso indo e se construindo, o resto de nossas parcas e porcas vidas…
Desmembrando e relembrando o processo criativo de cada um deles, começaria por:
ANARQUIA NÀO É UTOPIA _É POESIA! Esta frase que escrevi há alguns anos estava perdida em meu blog, até o momento em que a professora e artista Brígida Campbel (Grupo Poro), me convidou para escrever algumas frases poéticas para se tornarem faixas que seriam expostas no Sesc Pompéia em São Paulo, em 2014, numa feira de publicações independentes. Eu já havia sido convidado a fazer outras quatro, junto ao Grupo Poro, na Bienal Internacional de Criatividade, no Rio de Janeiro, em 2013.
Narowe e eu identificamos aquele desenho como sendo o ideal, ele desenhou ainda a caligrafia da poesia; e é isso aí!
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Quanto ao segundo:
MENS SANA IN CORPORE IN CHAMAS_ (O qual segundo Narowe, em e-mail recente: “Não está pronto, mas ‘tamos’ no processo mesmo, então publica!)
Foi mais simples, uma vez que, ao ver o desenho de um homem pegando fogo sobre uma mesa, não restou-nos nenhum restolho de dúvida em relação à relação inequívoca e unívoca que invocam, ou pode-se dizer que as duas linguagens se chamam!
[/vc_column_text][vc_single_image image=”5067″ img_size=”full” alignment=”center”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]O terceiro, e não último trabalho:
MANIFESTO ANTROPOFRÁGIL_ Talvez seja o mais curioso, uma vez que Narowe é carnívoro inveterado e envenenado; e, eu velho venenoso vegetariano. Detalhe que nunca impediu que ele se interessasse pelo apelo do texto.
Eu havia escrito esse haicai há um bom tempo e quase não me lembrava de sua existência, quando não por coincidência, em um desses nossos encontros no ateliê, me deparei com esses dois ‘ursos’ segurando garfos nas ‘mãos’. A partir dali meus nãos se entornaram em sins e o resultado é o manifesto, que: como o próprio título indica, é uma espécie de brincadeira com o Manifesto Antropofágico da Semana de Arte Moderna de 1922.
Temos tentado trabalhar basicamente a partir de alguns de meus haicais, estilo que não me é recorrente, mas no qual tenho alguma produção, quiçá significativa. Fato é que tanto eles quanto as frases poéticas mais soltas tem funcionado maravilhosamente bem junto aos desenhos propositadamente sujos, e nonsense que Narowe vem aperfeiçoando, eu me afeiçoando, e; que me vem soando como um sinal para que nossa pareceria continue, não só no campo da poesia/artes visuais, mas que se infiltre também cada vez mais nas artes gráficas!
O que queremos com tudo isso? Nada!, apenas entrelaçar cada vez mais nossos trabalhos, uma vez que entendemos que eles já conversam entre si, mesmo que não queiramos!
De minha parte a única pretensão – além de que seja um trabalho que não tenha nenhuma tensão envolvida, só tesão – é a de espalhar um pouco de desenho e poesia por essas edificantes/insignificantes edilidades vazias…[/vc_column_text][vc_single_image image=”5068″ img_size=”full” alignment=”center”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Narowe Garcia
Guilherme Garcia
http://herancasparaoano3000.com/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]
Curioso que só agora tenha me dado conta de que ai no_
POST TAGS: Guilherme Garciailustraçãointervenção artísticaISSUE#17lambe lambeNarowe Garciapoesia
está o inverso da realidade, de tanto que se confundem! em relação a relação de nossos trabalhos que estão exatamente em direções opostas, ou seja: Eu Guilherme Garcia, escrevo & ele Narowe Garcia, que não meu primo ilustre!: ilustra!…
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