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A vida secreta das plantas

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capa: Wifredo Lam – A selva (1943)

[/vc_column_text][vc_column_text]Nosso querido e místico César G. retorna ao R.You! com A Vida Secreta das Plantas. Introdução, texto, biografia, tudo é poesia nesta coluna vinda diretamente de Belo Horizonte.[/vc_column_text][vc_empty_space height=”52px”][vc_row_inner][vc_column_inner][vc_column_text]

“Afinal, não tem ensaio – na vida, tudo é ao vivo e natural; que o diga a trepada da trepadeira, uma trepada espalhada, cheia de caminhos, inteira.”

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Introdução

[/vc_column_text][vc_column_text]Dia desses, conversando com uma amiga – que além de ser minha amiga, me trata com uma terapia, desenvolvida a partir de conversas e o uso de plantas que compõem Medicamentos Sutilizados –, chegamos a uma conclusão acertada. Se o ser humano deixasse de existir na Terra, ela rapidamente se equilibraria; contudo, se os vegetais deixassem de existir, a vida dificilmente continuaria, em sua diversidade e exuberância, no planeta.

 

Mas seguimos com nossas serras elétricas respingando seiva por todos os lados, mineradoras que despelam montanhas e saciam sua fome, destruindo-as vinte e quatro horas por dia. Mas as plantas, ao menos, resistem, renascem. E ainda nos curam com seu poder ancestral. Eu ouço seres vivos; bem vivos. Às vezes, distraído, ouço o sussurro vegetal a contar-me segredos, histórias de dormir, relatos do meio do mato e todo tipo de assuntos de interseção entre reinos.

 

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Mas se é rico o reino vegetal, vastas são suas lentes de enxergar a realidade_____ como também é vasto seu léxico, as figuras de linguagem que daí podem ser extraídas, decantadas, fumadas, digeridas ou escritas. Podemos nos aproximar em simbiose, extraindo desde uma escrita de autoconhecimento, quando pela própria natureza da planta, fazemos uma exigência para a autopreservação. De todos os reinos. Mas sem reis. A Literatura, essa muda.

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A VIDA SECRETA DAS PLANTAS:

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Introduzindo

[/vc_column_text][vc_column_text]Cava, cava, enfia, depois… Contexturas até então soterradas virão à tona, desencavadas do inconsciente subterrâneo coletivo. Hábitos comuns, pequenos atos no seu cotidiano, serão modificados e mudarão sua maneira de encarar a realidade. As plantas têm muito a nos ensinar, muito além dos livros e manuais de biologia e botânica. Descubra suas raízes, enlaces, tramas, clorofile-se.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

E se pensam os vegetais?

[/vc_column_text][vc_column_text]Eles não falam, portanto, não podemos saber nada além de seus sabores. Então possuem o verdadeiro saber. A batata, a Mandioca, a Trufa e até mesmo certa espécie de bambu vivem sob a terra; só dão o ar da graça para nutrirem, no plural. Corpo e alma. É a velha genealogia latina e máxima de alguns pensadores humanos – indígenas, franceses, iniciados por professores mestres em suas artes, artistas em geral. O saber só se dá inteiramente através do sabor.

 

Árvores nutrem-se com raízes submersas, enterradas, suspensas.

 

Adapte-se, entenda o seu passado, mantenha os pés no chão e a cabeça no ar. Ou ao contrário, não só vide verso, mas o poema como um todo. Vire-se ao avesso para tocar o mundo com os lábios e a língua. Compreender, determinar, criar. Ou se entregue à chatice e a mesmice da vida em tragédias inconscientes e antigas, num mundo onde as coisas não têm nome.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

O grito mudo das couves mastigadas

[/vc_column_text][vc_column_text]PORQUÊ É PRECISO GRITAR! Mesmo que não seja um mamífero ou animal. Mesmo quando reduzido a couve, entre os dentes, segura a Primavera.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

O caminho das trepadeiras

[/vc_column_text][vc_column_text]Sinatra soletrou; Vicious viveu;

 

A give my way!

 

Afinal, não tem ensaio – na vida, tudo é ao vivo e natural; que o diga a trepada da trepadeira, uma trepada espalhada, cheia de caminhos, inteira. Infinita nas possibilidades de suas ramificações______ encontros possíveis; finita no tempo e no todo. Como já afirmado no poema, mesmo o barco desgovernado mantém um curso.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

As plantas venenosas e o poder

[/vc_column_text][vc_column_text]É certo que não há pior veneno para uma coletividade que o poder. Apesar de a punição parecer necessária num mundo completamente esquizofrênico, esmagador, entre muitos e pouco salvam-se todos; mas a vida já há dor demais, cicatrizes. _________ mesmo que só as do sopro do vento do tempo.

 

Não lembro de um mundo que não me incomodasse. Em toda a merda da minha existência! As venenosas são uma praga e estão por quase todo lugar! Muitas em lugares de poder! O mutante final do Caminhante Noturno avisa numa gravação de megafone: É proibido proibir. Perigo, perigo! Rota de colisão!

 

É sempre possível dançar.

 

Então vou dar o fora daqui.

 

Tarde demais; a planta venenosa bloqueia qualquer passagem.

 

Então penso: não que eu não participe, em alguma ocasião, de alguma forma e em algum lugar, mas…

 

 

há muito poder neste mundo.

 

 

Menos poder à minoria que controla a maioria da grana mundial!

Menos poder à maioria que oprime as minorias!

Menos poder às minorias que dizem representar a maioria!

Menos poder às violências!

Menos poder ao poder!

Menos poder!

 

 

Você me acha um sonhador?

Subversivo?

Realista?

Maluco?

*?!

Me chame do que quiser.

Eu apenas observo plantas.

 

 

A muda muda muda.[/vc_column_text][vc_empty_space height=”72px”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]


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Pequena biografia

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”4786″ img_size=”medium” alignment=”center”][vc_column_text]

César G. é realmente um fingidor ou vive num paradoxo. É um grande poeta e escritor de Belo Horizonte, apesar de pouco conhecido, pouco editado, viver duro, à parte dos movimentos literários culturais e ainda ser feliz com sua produção, principalmente quando raramente publicada. É como um orgasmo. Ou. É um poeta e escritor de Belo Horizonte que deu sorte; pouco conhecido, pouco editado, vive duro, à parte dos movimentos literários culturais e ainda é feliz com sua produção, principalmente quando raramente publicada. É como um orgasmo. Ou. Tem 40 anos, um filho, uns textos, poemas e uma grande vontade de viver pra ver.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

R.You!
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