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“A inspiração de cada trabalho vem das partes mais distantes possíveis: de um editorial de moda, de um quadro surrealista, de um dia quente, de outras artes, do corpo, do erótico, do formal, do podre.”
O retrato
O retrato acontece com ou sem motivo, ele independe de lugar ou de hora. Ele não tem forma e embora haja muitas, ele não segue nenhuma regra. O retrato é a impressão do instante. Ele se basta. Faz de nós espectadores eternos de uma fração segundos.
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De onde vim
Meu começo foi tímido. Mesmo tendo passado parte da minha infância “brincando” com as câmeras do meu pai e com várias outras que eu encontrava pelo caminho, tudo indicava que eu ia acabar na música: já cedo eu cantava em corais e participava de alguns grupos de música infantil.
Meu interesse pelas artes sempre foi grande, especialmente em artes plásticas, design e arquitetura. A fotografia só passou a ser um interesse concreto quando minha mãe começou a trabalhar numa livraria cultural. Ali deu-se meu primeiro contato com Man Ray, Helmut Newton, Ansel Adams e Sebastião Salgado.
Minha primeira câmera foi uma Pentax velha que eu achei no guarda roupa do meu pai. O meu interesse era tanto que eu comprei a câmera dele e saí fotografando tudo o que eu tinha por perto. As viagens de surfe do meu irmão com seus amigos foram os meus primeiros passos nessa busca muito insana por mim mesmo. A fotografia do surfe sempre me influenciou muito e as revistas dessa área eram uma grande fonte de inspiração nesta época.
A decisão de deixar o Brasil e viver em Londres veio dos problemas financeiros que meu pai enfrentava e de algumas várias frustrações pessoais e profissionais, porém, por mais estranho que isso possa parecer, o tempo que passei lá foi um tempo de hiato artístico muito grande, eu produzi muito pouco mas ao mesmo tempo o acesso a informação que eu tive por lá foi imenso. E foi nesse tempo também que eu conheci minha esposa, finlandesa, e vim parar na Finlândia.
Aqui, com esse novo começo e com um pouco mais de tempo, uma das minhas preocupações foi me reaproximar das artes. Primeiro com a música; aos poucos eu fui conhecendo músicos depois diretores de cinema, designers, atores, pintores, fotógrafos e por fim a chama que havia quase apagado aos poucos foi se acendendo novamente.
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O recomeço
Com o nascimento do nosso primeiro filho senti a necessidade de comprar uma câmera melhor pra registrar seus momentos e com ela, a curiosidade em saber o que poderia ser feito tecnicamente foi aumentando. Sem ter condições de frequentar uma escola de fotografia, a internet acabou se tornando a minha fonte de aprendizagem. A busca por informação, a vontade de adquirir uma base teórica e técnica melhor e a vontade de conhecer os trabalhos de outros fotógrafos me levaram a encontrar por acaso Chris Orwig. Seus retratos, sua conexão com o surfe e seu jeito zen de ensinar me impactaram muito. Através de seus conselhos e pelo incentivo de um amigo eu tomei uma decisão importantíssima: voltar a fotografar em filme. Talvez essa tenha sido uma das decisões mais importantes tomada na minha breve carreira como fotógrafo. Sem pensar muito eu comprei uma câmera antiga e barata, com o intuito de voltar às raízes. Comecei fotografando paisagens urbanas e meu filho, depois alguns amigos. Minha primeira tentativa de fazer algo mais sério foi fotografando um velho amigo violonista que precisava de algumas fotos para o seu site.
Algum tempo depois fui visitar um amigo artista plástico em seu estúdio e mais alguns retratos dele trabalhando saíram. Aos poucos eu ia quebrando a timidez interna de “incomodar” alguém por uma foto.
Um dia eu perguntei a uma amiga que se ela aceitaria ser minha modelo e ela aceitou. A partir daí as coisas começaram a se desenrolar e a minha timidez inicial já não mais existia.
A cada dia que passava eu queria mais experimentar novos retratos me utilizando das influencias que eu recebi. Eu queria fazer imagens cheias de alma, como as de Ryan Muirhead, os nus sensíveis de Jan Scholz! Ou imagens com a elegância aristocrática de Rodney Smith, com o requinte e senso de humor de Richard Avedon, a ousadia afiada de Helmut Newton, a coragem subversiva de Robert Mapplethorpe e a técnica quase cirúrgica de Ansel Adams.
Desse turbilhão de ideias e influencias, nasceu e continua nascendo a maior parte do meu trabalho. A inspiração de cada trabalho vem das partes mais distantes possíveis: de um editorial de moda, de um quadro surrealista, de um dia quente, de outras artes, do corpo, do erótico, do formal, do podre. Tudo inspira no momento certo e a criatividade é a ferramenta mais importante nessa construção ou destruição de uma imagem.
As condições naturais da Finlândia limitam e ao mesmo tempo aguçam a criatividade, motivo pelo qual o trabalho de estúdio se torna essencial, porém, fotografia em locação ainda continua sendo a minha favorita.
Assim sigo procurando o próximo retrato que talvez não tenha nada de especial e não toque a alma de ninguém mais além de mim mesmo e do fotografado, porém a busca incessante pelo próximo olhar, sorriso, gesto simplesmente não para.
Eu sou Ricardo, 35 anos, fotógrafo curitibano vivendo e clicando em Helsinki, Finlândia.
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