imagem: Jeremy Irons em still de Um Amor de Swann, de Volker Schlöndorff (1984)
Tarik Alexandre trata da Música e da condição inevitável da melancolia sob as perspectivas de Marcel Proust e Robert Burton.
” A música não consegue ter um estatuto de permanência, sendo somente uma experiência fugaz do tempo que na mesma medida em que causa o deleite pela repetição (a saber, o ritornelo) é também incapaz de ser mantida. A música seria desse ponto de vista uma experiência estética que depende da perda (ou de seu fim) para se concluir como tal.”
Sem dúvidas, a música é uma das artes mais bem difundidas pela sociedade: poucos podem frequentar museus, peças de teatro, lerem clássicos de filósofos ou literatos, mas conjuntamente ao cinema e ao audiovisual como um todo, é pouco provável que se conheça alguém que não ouça música. Aliás, era até aquela prática adolescente comum perguntar quais bandas ouvia para saber se, de fato, a pessoa fazia parte do seu núcleo seleto dos de “bom gosto”. Mais do que uma questão de preferência, a música estabelecia seus critérios de identidade com relação aos grupos sociais, e ai de quem não os tivesse. Foi inesquecível uma frase da minha professora da sexta série que insistiu em dizer que “nada é mais triste do que estar por fora da informação da moda”. As crianças ficaram de olhos arregalados (eu incluso), o que penso que tenha sido o efeito desejado por ela. Em suma, era necessário consumir algum produto cultural e talvez a música fosse o caminho mais fácil.
A música contemporânea se tornou esse tipo de objeto muito flexível e manipulável através das aparelhagens: Rádio, leitores de k7, CD players, mp3 (ou qualquer número até chegarmos próximos de uma máquina que tinha palitos de dente e fritava ovos) até os nossos célebres celulares. Não só existe uma enorme quantidade de aparelhos disponíveis para o consumo de música como se tornou possível, igualmente, retê-la para ouvir inúmeras vezes. Em partes, essa mudança na relação contemplativa com a música não é somente oriunda de um avanço tecnológico, mas também de uma mudança do paradigma da concepção musical. Para isso, busco me remeter ao começo da Belle Époque.
Situando melhor o ponto de partida, gostaria de remeter ao Swann de Proust quando conhece a música de Vinteuil. Em um dos seus jantares com a família Verdurin, Swann fica fascinado com o trecho de uma das sonatas do artista (um pianista) de forma que se sentia absolutamente apaixonado por aquilo que se subentende como o repetir da sonata. O artista, a saber, Vinteuil, é tido como artista incompreendido e não devidamente reconhecido pela classe artística, sendo marginalizado e confinado em sua casa. Somos levados a conhecer as crises familiares de Vinteuil, bem como o desprezo de sua filha em relação ao seu trabalho, mesmo sendo um gênio. Mas para além da questão narrativa que Proust introduz a partir da história da personagem, sua música é marcadamente inovadora ao ponto de produzir em Swann, um crítico de arte bastante ligado com a aristocracia francesa, uma epifania sobre a própria vida:
Também esse amor por uma frase musical pareceu um instante que devia trazer a Swann alguma possibilidade de renovação. Fazia tanto tempo que desistira de dedicar sua vida a um fim ideal, limitando-a às satisfações cotidianas, que chegou a crer, sem nunca o confessar formalmente a si mesmo, que aquilo não mudaria até a morte; […] Às vezes, apesar de tudo, chegava a emitir um juízo sobre uma obra, sobre um modo de compreender a vida, mas dava então às palavras um tom irônico, como se não aceitasse inteiramente o que dizia. Ora, como certos valetudinários a quem, de súbito, uma mudança de clima, um regime diferente, algumas vezes uma evolução orgânica, espontânea e misteriosa, parecem trazer tal regressão de seu mal que eles começam a encarar a inesperada possibilidade de começar tardiamente uma vida completamente diversa, Swann achava em si, na lembrança da frase que ouvira, nas sonatas que mandara tocar para ver se acaso a descobriria, a presença de uma dessas realidades invisíveis em que deixara de crer e às quais sentia de novo o desejo e quase a força de consagrar a vida, como se a música tivesse uma espécie de influência eletiva sobre a secura moral que sofria. (PROUST, 2012, pp.263-264)
Swann sofre de uma tristeza profunda por não encontrar mais um sentido para a vida que o satisfaça. A vida dos salões mesquinha, a vida amorosa volátil, a incapacidade de concluir seu ensaio sobre Vermeer, causam em si um estado de absoluto desgosto e ironia a tal ponto de lidar com o mundo de forma debochada. Entretanto, o trecho de Vinteuil faz com que, por instantes, Swann modifique sua postura em relação ao mundo. Assim, um pouco mais adiante, Proust pontua outra característica que marca Swann no que diz respeito à sonata, a saber, o seu efeito estético e musical:
Ora, apenas alguns minutos depois que o pequeno pianista começara a tocar em casa da sra. Verdurin, eis que de súbito, após uma nota alta longamente sustida durante dois compassos, ele viu aproximar-se, escapando de sob aquela sonoridade prolongada e tensa como uma cortina sonora para ocultar o mistério de sua incubação, ele reconheceu, secreta, sussurrante e fragmentada, a frase aérea e odorante que o enamorara. E ela era tão particular, tinha um encanto tão individual que nenhum outro poderia substituir,que foi para Swann como se tivesse encontrado num salão amigo uma pessoa a quem admirara na rua e que desesperava de jamais tornar a ver. Afinal, ela afastou-se, guiadora, diligente, entre as ramificações de seu perfume, deixando no rosto de Swann o reflexo de seu sorriso. Mas agora podia perguntar o nome de sua desconhecida, […], tinha-a segura, podia tê-la consigo quantas vezes quisesse e tentar aprender a sua linguagem e o seu segredo. (PROUST, 2012, p.265)
Swann inclusive afirma após a execução que parecia que a sonata tinha um efeito mais “completo”, como o de uma orquestra, apesar de ser somente uma sonata para piano e violino (ibid). Em outras palavras, mesmo com um número bastante reduzido de instrumentos, a música era capaz de proporcionar um efeito musical e estético bastante completo ou até mesmo “preenchido”.
Ao longo do romance, Swann sempre busca retornar a ouvir aquele trecho da sonata de Vinteuil e, em função de seu casamento falido e de sua doença, não consegue ouvi-la o número de vezes que gostaria. Havia em Swann uma busca: A tentativa de compreender o que havia naquele trecho da sonata de Swann que lhe causava tamanho fascínio. No final do terceiro volume, ele morre sem verdadeiramente conhecer a causa de sua admiração com relação à sonata.
Sabe-se hoje que Vinteuil, muito provavelmente, seria uma personificação da música francesa do final do século XIX, a saber, Fauré e Debussy. Esses artistas claramente produzem suas músicas o que hoje entendemos como minimalismo, que seria a produção de uma melodia com o menor número de notas possível. Costumeiramente com composições para piano e violino, esses artistas traziam uma nova perspectiva com relação à música romântica e a noção de grandiosidade sinfônica dada pelos trabalhos alemães de Wagner, Mähler e Schubert na medida em que buscavam realizar propostas estéticas aprazíveis e com menos recursos. Assim, essas músicas buscavam trazer composições mais simples, melodias com menor duração e com poucos instrumentos. Tal prática alcançou, com efeito, grande influência no surgimento da música contemporânea, especialmente nos trabalhos de Erik Satie, que fundam o que compreendemos por minimalismo.
Esse processo de redução de instrumentos e notas incutiu no processo de composição musical o uso mais frequente de repetições, também entendidas por ritornelos. A saber, ritornelo é o processo de repetição de um trecho de uma música. Em alguns outros textos já publicados, pude dissertar mais demoradamente sobre o assunto, mas, grosso modo, poderíamos compreender a música minimalista como uma música muito ligada com o uso de ritornelos para produzir seu efeito melódico.
Se entendêssemos Vinteuil por um minimalista, Swann observava em seu trabalho essa característica inovadora que, o trecho em particular da sonata, a partir de um número pequeno de notas cadenciadas e repetidas, causariam um efeito de completude ou preenchimento da melodia. Em outras palavras, o fascínio de Swann residia no ritornelo da Sonata de Vinteuil. A partir dessas informações, nos cabem, portanto, duas questões:
– Por que Swann tanto queria compreender a epifania dada pelo ritornelo de Vinteuil?
– O que pretende, efetivamente, a repetição como cadência melódica?
A fim de compreendermos essas perguntas, necessitamos retornar a Proust. O autor estabelece em sua Recherche, dois tempos: O tempo que passa, cronológico (temps perdu), e o tempo que pode ser revivido, fora do tempo (temps retrouvé). O primeiro tempo trataria de toda a etapa do desenvolvimento e crescimento da personagem principal (Marcel) e sua trajetória como literato de forma que se observa, em retrospectiva, que houveram várias oportunidades perdidas sem verdadeiramente obter o motivo necessário para se escrever o romance. Já o segundo seria, por sua vez, a compreensão de que o rememorar de todos esses eventos que se passaram e foram perdidos dão a oportunidade de poder se escrever sobre a trajetória da escrita como a capacidade de fazer do Tempo uma obra artística em si. Toda a preocupação do romance acaba por ser, sumariamente, a capacidade de trazer a experiência do passado que já passou de volta ao presente na forma de um objeto de arte (o texto literário, especificamente). Assim, a leitura do primeiro volume até o sétimo causaria o efeito propriamente dito dessa redescoberta do tempo de forma que a segunda leitura da Recherche seria a confirmação da redescoberta naquilo que pensávamos, a princípio, ser o tempo perdido. Esse modo de leitura de Proust é bastante consagrado por inúmeros autores: Deleuze (2003), Benjamin (2014), Auerbach (2011), Agamben (2008), etc.
Entretanto, e se lêssemos ao contrário? A saber, se começássemos Proust a partir de seu último volume, entenderíamos que há uma tentativa de relembrar o tempo como algo que acabou e que a experiência de trazê-lo de volta é uma tarefa de manipular o que já está findado e que, talvez, não haja tempo para rememorá-la completamente. Parto dessa premissa a partir de um interessante comentário feito por Catherine Malabou em seu livro Ontologia do Acidente em que comenta brevemente a respeito da concepção da velhice em Proust:
A passagem do Temps retrouvé em que o narrador idoso revê seus antigos conhecidos após anos de ausência, quando da “matinée” oferecida na casa dos Guermantes, é uma extraordinária encenação das duas concepções de velhice evocadas acima, o devir-velho e o instantâneo da velhice. Proust as faz de certo modo coincidir. Mais exatamente, preparando esse momento durante toda a Recherche du temps perdu, ele as conduz a esbarrarem uma com a outra, a se entrechocarem, no segredo de uma vertiginosa e angustiante unidade. Os convidados se tornaram irreconhecíveis. “No primeiro instante,” diz o narrador, “não entendi por que vacilava em reconhecer o dono da casa, os convidados, por que me pareciam todos trazer à caráter as cabeças, em regra empoadas, que os modificava inteiramente”. Esse “que os modificava inteiramente” é muito importante. Revela uma transformação bífida e conflituosa, de continuidade e ruptura ao mesmo tempo. (MALABOU, 2014, pp. 43-44)
A personagem olha para os personagens que conhecia de muitos anos atrás e sente uma sensação de “ruptura e continuidade”, pois agora eles são velhos apesar de ainda serem aquelas pessoas de antes. É como se a velhice, de acordo com a perspectiva de Malabou, correlacionasse o passado e o presente, sendo esse presente não mais inchado pelo passado como costuma afirmar a tradição, mas sim prestes a findar: A ruptura se dá no fato de que os idosos são aquilo que já passou, se transformaram, são os mesmos sendo outros em relação ao passado. A velhice nada mais é do que o processo de gradativa passagem do tempo que modifica plasticamente os seres e não há exatamente o “trazer de volta” de forma que o retrouvé não designa reviver o passado no presente estritamente. Dessa forma, seria estabelecer que Proust observa a rememoração do tempo somente como uma experiência possível levando em conta o tempo perdido: Só há redescoberta como perda.
Nesse sentido, tomando como premissa de um Proust invertido, a saber, como uma leitura em que o último volume é o primeiro, notaríamos que a experiência de Swann em tentar compreender a sonata de Vinteuil estaria justamente em não poder, mesmo na repetição, abarcá-la e mantê-la para perto de si. A música não consegue ter um estatuto de permanência, sendo somente uma experiência fugaz do tempo que na mesma medida em que causa o deleite pela repetição (a saber, o ritornelo) é também incapaz de ser mantida. A música seria desse ponto de vista uma experiência estética que depende da perda (ou de seu fim) para se concluir como tal. Isso poderia explicar a inquietação de Swann, pois a incompreensão e fascínio em relação a sonata causaria tristeza já que nunca consegue ouvi-la quando gostaria ou ainda mantê-la tocando o quanto gostaria ao ponto de falecer antes de entendê-la.
Diante desse quadro de Swann, seria inevitável não pensar em uma das concepções que Robert Burton em seu segundo tomo sobre a Anatomia da Melancolia dá para a bílis negra:
A melancolia […] pode se dar por disposição ou hábito. Por disposição é a melancolia transitória que vem e vai em cada mínima ocasião de tristeza, necessidade, doença, transtorno, medo, aflição, paixão ou perturbação da mente, qualquer tipo de preocupação, dissabor, ou pensamento, que causa angústia, embotamento, indolência e inquietação do espírito, de algum modo oposta ao prazer, alegria, júbilo, deleite, causando pertinácia ou aversão em nós. Com esse sentido equívoco e impróprio nós chamamos de melancólico aquele que é embotado, triste, amargo, indolente, indisposto, solitário, de algum modo alterado ou dissaboroso. E dessas disposições melancólicas ninguém que viva está livre, nenhum estoico, ninguém é tão sábio, ninguém é tão feliz, ninguém é tão paciente, tão generoso, tão divino, que se possa justificar, ou tão bem composto; porém, mais ou menos, cedo ou tarde, ele sente sua pontada. A melancolia, nesse sentido, é o caráter da mortalidade. […] E é quase absurdo e ridículo um mortal procurar por um teor perpétuo de felicidade nesta vida. (BURTON, 2014, pp.33-34, grifo nosso)
Seguindo o pensamento de Burton, seria possível afirmar que a melancolia é, nesse sentido, uma condição de tristeza que atinge a todos os seres em função da sua impermanência, a saber, de sua mortalidade e finitude. Sendo a mortalidade uma característica da melancolia, Burton evidencia que a condição humana, necessariamente, é melancólica. Poderíamos entender, de acordo com o trecho, que a noção de mortalidade para Burton seria similar a noção de perda para Proust: A passagem do tempo é a morte e, portanto, melancolia. Dessa forma, a tristeza de Swann estaria justamente em observar que a passagem do tempo é uma condição de mortalidade e que toda a experiência da vida nos conduziria a esse estado passageiro de que não podemos evitar. Logo, a sonata de Vinteuil bem como toda e qualquer música tendo em vista que ela, necessariamente, termina.
Não há, tanto para Proust quanto para Burton, uma possibilidade de uma existência ou condição que não esteja ligada com a ideia de perda e de uma implícita tristeza por conta desse processo temporal. Entretanto, é possível notar em Proust um esforço por fazer da melancolia um assunto producente de beleza e pertinência. Essa busca pela pertinência acaba por ser, justamente, o caráter cíclico do trabalho de Proust: fazer com que a leitura do último volume nos conduza novamente ao primeiro para ter uma nova experiência em relação aos livros anteriores como se fosse um ritornelo que se atualiza na nova leitura e assim sucessivamente. Entretanto, se o lemos conforme essa inversão, o que nos resta é sempre a relembrança da perda, fazendo desse ritornelo finito para poder ser executado as vezes que for necessário. Logo, é como se Proust na sua tentativa de reforçar a importância da arte acabasse por corroborar ainda mais o discurso de Burton sobre a condição inevitável da melancolia.
Talvez, diante dessa perspectiva, possamos reinterpretar o conceito de ritornelo como um todo: Para além de mera repetição, é a tentativa de reaver o que sempre se perde. O efeito em cadeia das músicas minimalistas, portanto, estaria intimamente ligada a concepção de repetir uma melodia para que não se perdesse. Swann só gostaria de nunca ter perdido suas relações, a capacidade de apreciação estética e toda a sua vida amorosa e conjugal, simbolizando na sonata essa frugalidade típica da música. É interessante que, atualmente, na música eletrônica, o uso da repetição seja a operação padrão para qualquer melodia, independentemente do estilo que ela se constitua. Desde as músicas mais baladas como house, drums & bass, vaporwave, synthwave, lo-fi hip hop beats, trip hop, trap, etc. utilizam a premissa da repetição como fundamento para seus trabalhos. Além disso, são músicas que se constroem no espaço da constante oportunidade de repetição, pois temos uma grande aparelhagem para poder reproduzir essas músicas inúmeras vezes (fazer repeat de uma música que se faz de repeat).
Finalmente, é possível depreender que participamos de uma era de melancolia musical, em que a repetição e a vontade de nunca acabar se pretendem como uma característica da própria mortalidade. É como se de alguma forma nós nunca quiséssemos que efetivamente nossas músicas prediletas, nossas experiências, nossos momentos pudessem acabar e, ao mesmo tempo, somente seu término pode concretizá-los como tal. Certamente a adolescência, as tribos urbanas e todo seu aspecto de identidade pudesse ser essa resistência que reafirma a sua própria morte e que, diante da idade adulta, se torna, literalmente, mais uma fase.
REFERÊNCIAS
AGAMBEN, G. Infância e História – Destruição da experiência e origem da história. Trad. Henrique Burigo. Ed. UFMG. Belo Horizonte: 2008
AUERBACH, E. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva: Editora da Universidade de São Paulo, 1971.
BENJAMIN, W. A Imagem de Proust, In: Obras Escolhidas I – Magia e Técnica, Arte e Política – Ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. Ed. Brasiliense. São Paulo: 2014.
BURTON, R. A Anatomia da Melancolia – Volume II. Trad. Guilherme Gontijo Flores. Ed. UFPR. Paraná: 2014.
DELEUZE, G. Proust e os Signos. 2. ed. trad. Antonio Piquet e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
MALABOU, C. Ontologia do Acidente – Ensaio sobre a plasticidade destrutiva. Trad. Fernando Scheibe. Ed. Cultura e Barbárie. Florianópolis:2014.
PROUST, M. No Caminho de Swann. Trad. Mario Quintana. São Paulo: Ed Globo, 2012.
PROUST, M. O Tempo Redescoberto. 15. ed. trad. Lúcia Miguel Pereira. São Paulo: Editora Globo, 2009.
https://txtmagazine.com.br/inutifilia-microforma-minimalismo-e-a-crise-da-representacao/