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O espaço seguro

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“Até que um dia tudo transbordou, comecei a expurgar tudo que havia guardado e não parei mais.”

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          Eu ilustro. Quase toda a extensão do meu trabalho se desenvolve ao redor do corpo feminino. Do meu corpo. Porém, essa imagem que construo vem de uma vontade de entender se é possível fugir do ‘male gaze’, aquele conceito criado pela crítica cinematográfica feminista Laura Mulvey que se refere à forma como as artes visuais são estruturadas em torno do espectador masculino. De certa forma, uma das vigas de construção do meu trabalho surge muito da oratória do negativo. Da caçada por um espaço onde eu esteja longe disso, de um olhar não voyeurístico, mas uma imagem consentida de uma fantasia.

 

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          A gênese, para mim, funciona apenas num espaço seguro. Não somente esse conceitual, mas o espaço físico tem um peso similar. Portas e cortinas fechadas, silêncio. A matriz de criação que criei para mim reflete o que faço no papel. O meu visceral é o ventre. 

 

          Não sei dizer quando comecei a desenhar, mas lembro bem o tempo que não desenhei. Sempre foi natural o lápis na mão, desde quando era difícil segurar na mãozinha pequena. Essa predisposição ao desenho, apesar de pueril, teve que passar 26 anos um pouco velada daquilo que fosse externo. Em 2015 que descobri como o meu espaço íntimo poderia fazer parte da paisagem do mundo. No fim das contas, era do jeito que ele sempre foi dentro de mim, mas eu precisei entendê-lo antes. Estudei design e direção de arte. Trabalhei nessas funções alguns anos. Mas o que eu queria mesmo era descobrir o hemisfério do autoral. Eu sempre quis que o desenho fosse meu ofício, mas nunca me achei capaz. E ‘sempre’, que eu digo, é desde que eu tinha 5, 6 anos. Porém, é meio assustador tomar posse das nossas vontades. É assustadora a ideia de que possa dar errado, a princípio. Deixa-la platônica é confortável, ela vive nas ideias e nunca dá errado.

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          Eu trabalhei alguns anos com outras áreas de criação, mas sem colocar minha cara, meu jeito. A gente se molda às situações pra não expor o coração. Até que um dia tudo transbordou, comecei a expurgar tudo que havia guardado e não parei mais. Autoconhecimento foi a minha forma de entrar em contato com o lado autoral da ilustração, e é um trabalho constante.

 

          

          Obsessão é a oração do meu processo criativo. Obsessão, caos e sorte. Mania da poética, do botânico, da paleta de cor. Tropical pastel, tudo parte dessa intimidade lúdica e mágica. Uma atitude fixa, feito chiclete na sola do pé. Não uso muitos materiais. Nanquim, pincel, bico de pena, winsor & newton e papel. Meus desenhos são todos feitos à mão. Traço, sombra, hachura e pontilhismo. Colorização varia entre manual e digital. 

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          É meditativo ilustrar. 

 

          Há toda uma obsessão pelo ritualístico. Raras vezes o ritual dos outros, sempre o ritual próprio. A própria criatividade é uma disciplina de obsessão, vejo a capacidade de criação como uma das qualidades que nos torna mais humanos. 

 

          Já descreverem meu trabalho como empoderado. Acho que até eu já cometi esse engano alguma vez. Mas empoderar é um movimento, é social. Não um produto.

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Site oficial:

http://sabrinagevaerd.tumblr.com/

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